Nossas Armas

 Mais um cigarro, parece o ultimo da caixa, não acredito tudo parece esta no fim.

Espero mais um pouco, ando de um lado e para o outro, abro a geladeira em busca da ultima garrafa de cerveja, já não há mais o que comer apenas a espera interminável que me come por dentro.

Não resta mais nada nessa cidade infestada.

É o fim, sem dúvidas é o fim.

As baterias do meu rádio acabaram agora me resta olha torcendo para que por um milagre o improviso que eu fiz possa funcionar.

Mas mesmo assim a espero.

Em nossa ultima conversa disse para que eu não desistisse por mais difícil que parecesse tudo acabaria bem. Isso faz três dias, acabou a comida, agora acabou a bebida, sem isso ainda podia resistir mais, mas o cigarro não. Acabou o cigarro e sem ele ou você não dá mais não mais.

Pego a 9 mm e começo a tirar as barreiras que bloqueiam a porta, vou ver se consigo sair e chegar até a loja da esquina, não dá são muitos gasto metade do pente para derrubar um que tem algo no bolso da camisa, corro até ele e o revisto, sim são cigarros sorte a minha, quer dizer não muita sorte dezenas param e viram em minha direção, eu começo a correr atiro em dois ou três e entro e bato a porta, mas logo ela começa a ser derrubada, droga, vou ter que conseguir me esconder no quarto.

Corro desesperadamente para o quarto e consigo empurrar o guarda roupa para a porta antes que eles a quebrem, a porta é frágil logo vai cair.

Coloco a cama na porta também e começo a ouvir sendo quebrada

Rapidamente me tranco-me na suíte...

Estou F... Mas não tenho o que fazer pularia a janela só que ficaria encurralado no beco.

É parceiro, ela não veio.

Você vai morrer...

A ajuda não vai chegar a tempo

Você não vai mais vê-la

Lembra-se de quando tudo começou?

Claro que sim, e você está parecendo um idiota falando sozinho, ela sempre dizia isso.

Mas agora chegou a hora

Tiro o colar do meu pescoço, nele tem uma bala de 9 mm, com a inscrição, “Com amor” e um coração desenhado, era para usar no desespero, e agora estou desesperado.

Não desesperado, desiludido acreditava que podíamos acabar juntos, mas é melhor assim, do que virar um deles.

Quando me preparo para quebrar o colar e carregar a arma ouço algo no rádio, sim funciona anos estudando engenharia me salvaram!

“Ainda está aí, você pode me ouvir, câmbio”.

Eu grito desesperado para ver se ela ouve, mas de longe não consigo apertar o botão escrito “talk”. Tento gritar mais alto, pois se ela estiver nas redondezas, provavelmente vai me ouvir, em vão, creio que ainda não está tão perto.

Uso meu isqueiro e ponho fogo na cortina plástica do banheiro, parece que a fumaça atraiu alguém e ligou o sistema anti-fogo. 

Lá se vai meu rádio e o pior, meu cigarro... Preciso protegê-lo, ele vai me fazer me segurar mais um tempo.

Mas duas horas passam parece que ou eles desistiram de entrar ou eu já sucumbi, O rádio parou, meu cigarro ultimo cigarro acabou, não vou aguentar mais.

Talvez por não ter respondido ela não venha

Não sei bem

Vamos lá garota venha

Eu preciso de você

Mais uma hora

É... Para mim deu... gritei um pouco para tentar ver se já haviam chegado a área, mas nenhum sinal. Dessa vez quebro o colar com força e carrego a arma, A ponho na minha cabeça com um grito de AMOR ME PERDOA vou puxar o gatilho.

Então um barulho de um click me chama a atenção, e ouço a voz mais bela que eu já ouvi gritando “FIRE IN THE HOLE!”.

A explosão me joga para a parede junto com a porta e todos os zumbis que estava fechando, agora ouço tudo, estão perto, barulho de conversas e passos se aproximam...

Grito em réplica amor você está atrasada...

Ela retruca com “que noiva vem buscar seu noivo no casamento?”

Quando olho para a porta vejo os lindos olhos dela

Seus olhos ficam lindos por trás de uma mira telescópica

E sua boca, ainda mais sexy com um pino de granada travado entre os dentes

Ela joga uma escopeta para mim, e sorri, com palavras bobas, “te devolvendo a lembrancinha”.

“Agora é sua vez de mostrar que sabe usar isso melhor que ninguém...”.

“Agora se levante daí e vamos embora antes que mais zumbis venham...”.

Eu continuo sentado no chão esperando ainda falta algo

“eu te amo?” Ela diz.

Sorriu mais continuo no mesmo lugar

“Ah! é mesmo, eu trouxe seus cigarros...”.

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