Eles

Nascido em uma pequena cidade inglesa Lucian foi criado junto com seus irmãos, a única coisa boa de infância que ficou foram às recordações de suas brincadeiras em família.
Ele era o mais novo dos quatro filhos do casal Donovan, Sr. Lucius e Sra. Ana.
Seus pais tinham um pequeno sobrado às margens de um rio, eram comerciantes, não dos bem sucedidos, mas tinham como viver e até bem para época.
Dessa forma o garoto Lucian, o mais novo, não seria o principal herdeiro da família, também não teria muitas obrigações para com isso.
Então ele gastava do seu tempo apenas com as brincadeiras de criança e estudos aos quais era obrigado
Ainda que não fosse o dono do comércio, seria pelo menos um contador.
Algo que o possibilitaria viver bem. Era apenas um garoto de seis anos e já pensava muito em futuro.
Queria quem sabe ser alguém grande na vida, e ter negócios, e quem sabe até fazer parte da nobreza.
Alguns anos se passaram até que no dia do seu décimo segundo aniversário, os pais queriam fazer pra ele uma surpresa, já que agora ele deixaria de ser uma criança.
Deixaram-no passar o dia na rua, e claro ele aceitou pra regressar ao anoitecer esperando por uma grande festa.
Ao longe ela avistou sua própria casa, com umas velas acesas, ele imaginou teria começado a sua tão esperada festa.
A qual ele tanto almejava
Talvez com todos os seus amigos
Talvez uma festa como ele nunca tivesse tido
Mas não foi isso que ele viu
Ele entrou feliz em casa e ouviu vozes que ao longe balbuciavam algo, ele esperava o grito de “surpresa”, e imaginava o grande presente que ganharia aquele cavalo puro sangue que ele sempre quis ter.
Então como todo o jovem afoito, ele correu para a sala sem nem ao menos notar os estranhos símbolos que tinham no chão do corredor.
Quando ele chegou e abriu a boca pra se anunciar!
Ele viu algo inesperado
Ele ouviu o inesperado
E sentiu medo
Dor
Pânico
Morte
Tudo de uma vez
Enquanto pasmo ouvia as pessoas, ou melhor, algo que pareciam pessoas ressoando palavras em língua esquisita, enquanto os corpos de todos os de sua família e de todos os seus amigos, pairavam num círculo no ar... Enquanto os cinco familiares estavam nas pontas do pentagrama com corações ainda pulsantes flutuando perto dos seus peitos abertos.
Haruvini natrivium, haremeresu tiruvenihahmarium nerad FRIRON!
Coisas desse tipo eram recitadas, pareciam complexas demais para um garoto entendê-las.
Enquanto ele catatônico com a cena que via, sentia que seria o próximo.
Conseguia ainda imaginar e sentir um aperto no peito pela dor que seus pais e irmãos devem ter sofrido
Havia um círculo, e um lugar no meio dele.
Parecia ser o lugar reservado pra Lucian...
Mas quem ficaria ali pra saber.
Enquanto ele saia do seu estado vegetativo, surgia um vórtice de energia negra que rumava em direção aos corpos dos Donovan, se virou após um grito desesperado e correu pelo o corredor de em direção a porta…
Quando surgiu um sexto homem.
Não era bem um homem.
Era algo horrível.
Era uma criatura de mais ou menos 1,75 metros de altura que estava em quatro patas se colocou em pé mostrando certa dificuldade em se manter em apenas duas, ela tinha uma longa cauda com esporas, Escamas negras pelo corpo, um visgo saia de suas escamas, exalava um cheiro horrível, tinha garras em todas as patas ou mãos, ou seja lá o que fossem, dentes muitos dentes em sua enorme boca e dois pares de olhos que sempre voltariam a ter vida em cada um dos seus pesadelos.
Olhou em direção ao coração de Lucian revelando sua intensão de arrancá-lo e o devorar por inteiro.
Em um ato de desespero o garoto tentou correr pra escada da própria casa, mas a criatura era mais rápida e num piscar ela já estava novamente a sua frente.
 Então de súbito ele atirou contra a criatura um jarro de flores que havia em uma bancada. O que pareceu atingir a criatura bem nos olhos, fazendo com que a mesma se contorcesse de dor.
Lucian aproveitou a brecha e correu desesperadamente para onde seu nariz apontava e quando viu um rio, não pensou duas vezes. Atirou-se na água só depois lembrando que não sabia nadar.
Ele estava se afogando e a correnteza o levava mesmo naquela situação ele estava salvo daquilo...
Então tudo foi se apagando...
O ar foi acabando...
E Lucian apagou...
Acordando horas depois na beira do rio, todo machucado,e confuso sobre o que estava acontecendo, e o que tinha acontecido e como seria daqui para frente, decidiu caminhar sem rumo até a chegada em uma cidade, lá ele conseguiu um pouco de paz e assim que o trauma “passou” foi a buscar alguma informação sobre o que tinha ocorrido.
Por sorte conseguiu emprego em uma biblioteca como ajudante, e usando de uma vantagem que possuía em relação à maioria das pessoas da cidade, ele sabia ler. E lá começou a buscar enquanto trabalhava algo que o fizesse entender o que de fato aconteceu.
Dizem que conhecimento é poder, e ele foi à busca disso, afinal sabia que não estaria em paz por mais que tentasse...
Pesquisava todos os dias incansavelmente até que cerca de um ano depois mortes semelhantes aconteceram nesta cidade,por sorte ele encontrou um livro que parecia explicar algo, mas mal teve tempo de lê-lo, precisou partir rapidamente deixando tudo para trás, pois, algo semelhante ao que aconteceu com ele havia nesta cidade.
 A única coisa que ele levou foi o livro o qual ele ainda não tinha tido um mínimo tempo de ler, já que mal se aguentava em pé, pois, desde que a primeira morte estranha ocorreu neste lugar ele não mais conseguia dormir.
Lucian tinha a certeza que aquilo o perseguiria para sempre, mas não o quão breve isso seria, estava sendo caçado não sabia por quem ou pior pelo que. Apenas sabia que corria perigo e que precisaria esconder-se.
E assim foi feito...
Chegando a outra cidade ele se reservou a esconder-se sem e continuar suas pesquisas, foi um ano tranquilo, parecia que tudo estaria seguro, ao menos por enquanto, ele voltou a pesquisar o que podia lendo o livro, mas a maioria dos trechos era em uma língua a qual ele não conhecia, quando parecia que já estava um pouco mais seguro, a cidade foi atacada mais uma vez e a sombra da morte se aproximou novamente de Lucian que teve de fugir pela terceira vez.
Mudando de cidade mais uma vez, desta vem ele foi para longe andou dias e noites até que achou uma cidade maior e com uma grande igreja. Lá ele resolveu se abrigar. Talvez ali ele jamais pudesse ser tocado, triste engano, mais rápido do que ele esperava a igreja pegou fogo, e aquelas marcas estranhas em todo o lugar diziam o que havia novamente acontecido.
Lucian ainda não sabe como os deter tem muito tempo para pesquisar, acabou se tornando um errante vagando de cidade em cidade sem parar, talvez assim menos pessoas pudessem sofrer e sua segurança pudesse ser maior.
Ele ainda continua sua busca para acabar definitivamente com isso.
Sabe que sua morte não os deterá.
Seria apenas o começo.
Foi uma das primeiras coisas que ele descobriu naquele maldito livro.
Mas sabe também que talvez ele seja uma única esperança, Para acabar com isso, ou ainda deixar para alguém escrito uma forma de acabar com isso de uma vez, é muita coisa na mente de um garoto de apenas 15 aos, que já parece ter passado dos trinta pelo que viveu.
Não tem mais amigos...
Não tem companhia...
Pais, irmãos...
Nada...
E quando se aproxima de algo ou de alguém tem novamente que fugir, sempre tentando ir pra lugares mais movimentados, assim poderia passar anonimamente mais tempo.
Ele já tentou conversar com pessoas durante esse tempo, sobre o ocorrido, inclusive com padres, mas ele sempre obtém respostas que é tudo coisa da cabeça dele, tudo fruto de uma imaginação perturbada de um garoto.
Mas Lucian tem certeza que não
Ele sempre os vê
Talvez apenas ele possa os ver
E os outros que talvez vejam
Tem medo de se manifestar
Ou o pior de tudo
Estão do lado deles
Como isso vai acabar?

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